“Sim, eles podem, se a Ucrânia não receber assistência urgente”, disse Duda ao jornal francês Le Figaro, quando perguntado se a Rússia poderia vencer o conflito ucraniano.
O líder polonês acrescentou que os países ocidentais devem enviar equipamentos militares para a Ucrânia nas próximas semanas.
Os países do Ocidente têm fornecido à Ucrânia vários tipos de sistemas de armas, incluindo mísseis de defesa aérea, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, tanques, artilharia autopropulsada e canhões antiaéreos desde que a Rússia lançou sua operação militar especial na Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022.
Em abril de 2022, Moscou enviou uma nota aos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) condenando a constante assistência militar a Kiev depois que a Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que qualquer carregamento de armas em território ucraniano seria “alvo legítimo” para as forças russas.
Aumento do Orçamento de Defesa
Duda acrescentou que a Polônia vai aumentar seu orçamento de defesa para mais de 4% do produto interno bruto (PIB) do país em 2023 para fortalecer suas capacidades de defesa.
“O Exército polonês está expandindo suas capacidades defensivas. Estamos comprando armas. Em 2023, mais de 4% do PIB serão destinados à defesa”, disse Duda, acrescentando que esse valor é o dobro do padrão da OTAN.
Em 2022, o orçamento de defesa da Polônia foi de 2,4% do PIB. Varsóvia planejava aumentá-la para 3%, ou cerca de US$ 28 bilhões (cerca de R$ 146 bilhões), em 2023. Ao mesmo tempo, a Polônia já gastou mais de 1% de seu PIB no fornecimento de armas e equipamentos militares para a Ucrânia, segundo dados oficiais.
Cooperação com a OTAN
O número de militares dos EUA destacados na Polônia dobrou nos últimos dois anos, chegando a quase 10.000, acrescentou o presidente polonês.
No final de 2020, a mídia relatou cerca de 5.000 soldados norte-americanos estacionados na Polônia.
“Fizemos tudo para ingressar na OTAN, precisamente para receber a garantia do Artigo 5 do tratado [da OTAN][…]. Hoje, com o fortalecimento da presença da OTAN no flanco oriental, quase 10.000 soldados dos EUA estão posicionados em nossa terra”, disse Duda.
A OTAN tem reforçado seu flanco oriental ao longo das fronteiras com a Rússia e Belarus desde o final de 2021, enviando tropas adicionais. Em resposta ao lançamento da operação militar especial de Moscou na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a OTAN reforçou ainda mais o flanco enviando mais navios, aviões e tropas terrestres para a região e colocando-os em alerta máximo.
O Artigo 5 da OTAN, que estabelece que qualquer ataque a um membro da aliança “é considerado um ataque contra todos os Aliados”, tornou-se um assunto de discussão ativa depois que um míssil caiu na Polônia e matou duas pessoas em novembro de 2022.
Embora a OTAN e os Estados Unidos tenham concluído que o míssil não foi lançado da Rússia, Varsóvia continua falando sobre a importância das garantias estabelecidas no dispositivo.
Fonte: sputniknewsbrasil