Na quarta-feira (25), o governo alemão anunciou que havia decidido transferir seus tanques Leopard 2 para a Ucrânia, pretendendo formar dois batalhões de tanques. No primeiro estágio, está planejado fornecer um lote de 14 Leopard 2A6 do estoque das forças armadas alemãs, Bundeswehr.
“Não vejo espaço aqui para pensar que esses suprimentos podem ajudar a alcançar um ponto de virada durante a guerra. Parece-me um ato de desespero destinado a garantir que a capacidade de luta e a moral do Exército ucraniano não se acabem por completo”, disse o tenente-coronel aposentado da Força Armada alemã, Jurgen Rose, que é um especialista na esfera militar.
Rose lembrou que, no Exército alemão, o treinamento de petroleiros no gerenciamento de tanques de acordo com o padrão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) leva pelo menos um ano, e os próprios tanques, entre outras coisas, serão fornecidos à medida que forem inventariados e preparados para as condições de hostilidades na Ucrânia, o que também levará algum tempo.
“O fato também é que um tanque sozinho no campo de batalha é inútil. Um conjunto de ações coordenadas de tropas blindadas e mecanizadas é necessário, e isso é trabalho em equipe no mais alto nível, devendo ser totalmente ensinado na prática. Este resultado não pode ser alcançado dentro de algumas semanas”, enfatiza o especialista.
Vale destacar que, diz Rose, os tanques Leopard consomem muito combustível, e não se deve esquecer que o Exército ucraniano já está enfrentando problemas com tanques soviéticos. Além do mais, a Força Aeroespacial russa tem como meta a destruição da infraestrutura de energia da Ucrânia e, muitas vezes, do equipamento militar ocidental fornecido a Kiev.
26 de janeiro, 05:11
Como um dos objetivos dos países do Ocidente em fornecimento de armas à Ucrânia, o especialista vê o estudo dos países da Aliança Atlântica sobre a guerra e o teste de novas tecnologias sem participação direta. Afinal, a Alemanha, de acordo com o especialista, está revisando seus princípios sobre o uso de artilharia usando Starlink pelo Exército ucraniano.
Mas também Rose, tendo em vista seus argumentos e observações, não descarta que a decisão de Berlim contenha alguns significados e motivos ocultos para um observador externo.
“Era óbvio que o chanceler alemão Olaf Scholz não queria fornecer tanques para a Ucrânia até o último momento. Eu realmente espero que Moscou e a liderança russa – e eles têm habilidades analíticas – possam acreditar nisso. Que a decisão de fornecer tanques foi empurrada não pela própria Berlim, que tentou resistir pelo maior tempo possível, mas pelo inspirador da agressão ocidental em Washington”, acredita Rose.
Jurgen Rose é um publicitário alemão, membro do Partido Social democrata da Alemanha (SPD). Em 2007, como tenente-coronel da Bundeswehr, Rose, por motivos de consciência, se recusou a atender aeronaves Tornado enviadas para o Afeganistão e apresentou um relatório a seus superiores solicitando a transferência para outro cargo.
Fonte: sputniknewsbrasil
