“Acho que a criação da CELAC foi uma inspiração extraordinária, porque é a primeira reunião entre países que a gente faz na América Latina sem a participação de outros países, sobretudo dos Estados Unidos e do Canadá. É só a América Latina de verdade. E eu acho que é um espaço extraordinário para que a gente possa discutir, aprender e ensinar, para que os outros possam aproveitar as coisas boas que nós fazemos e resolver conflitos. É possível, e é o único fórum internacional em que Cuba participa. E eu tenho orgulho de ter participado da construção desse fórum. E tenho muito orgulho de os cubanos participarem”, afirmou o presidente.
“A importância da CELAC, sem sombra de dúvidas, está no fato de você ter ali 33 países da região nesse bloco. Isso traz um peso. Na hora em que se discute um tema na CELAC, ele é discutido com todo mundo. Assim, as agendas são agendas amplas: saúde, educação, tecnologia, infraestrutura, desenvolvimento sustentável — uma pauta que extrapola uma integração estritamente comercial.”
“A CELAC não andou muita coisa. A coisa mais importante da CELAC é que é um marco declaratório. Expressa uma intenção dos povos de uma região do planeta. Em termos institucionais, no entanto, o bloco é completamente anêmico se a gente for comparar com a Unasul”, apontou o professor da UFF.
“A discussão da influência dos EUA na região é algo que a gente ainda vai ter que esperar para analisar. […] É lógico que um fortalecimento da região vai refletir em um processo de balanceamento […] com um hegemon. Mas, para ser bem sincero, eu não sei se isso vem com a CELAC. A CELAC ainda tem que ganhar forças para ser esse espaço de balanceamento com os Estados Unidos como a Unasul se propôs”, avalia Mesquita.
“É o que eu chamo de política externa ativa e altiva 3.0 . Simplesmente o governo mostrando que o Brasil não é um pária na comunidade internacional e não o é no seu entorno estratégico. A nossa prioridade é sempre a América do Sul, e para isso tinha sido feita a Unasul, antes da CELAC. Essa região é tradicionalmente uma área de forte influencia norte-americana. O Brasil retornando à CELAC está dizendo que, sim, um ator que estava fora do jogo desde 2020 está retornando ao palco do teatro internacional.”
Fonte: sputniknewsbrasil