Fundo da B3, L4 anuncia investimento de 5,5 milhões de dólares em startup sueca


O L4 Venture Builder, fundo lançado pela B3 em meados do ano passado, está anunciando o investimento de 5,5 milhões de dólares (cerca de 30 milhões de reais) na Vermiculus. A startup sueca desenvolve tecnologia para bolsas de valores, câmaras de compensação e liquidação (Clearing) e centrais depositárias.

O valor garante uma participação minoritária no negócio e um assento de observador no conselho da empresa. O L4 não abriu o percentual que terá da operação.

Lançada em 2020 e com sede em Estocolmo, capital da Suécia, a startup foi criada por ex-profissionais que ocuparam a liderança da Cinnober Financial Technology. A empresa comandou o desenvolvimento da área de Clearing, sistema responsável pela liquidação e registro dos títulos da B3 – à época, ainda BM&FBovespa.

O contato com os executivos europeus foi retomado nos últimos anos, e a B3 anunciou recentemente a startup como parceira para desenvolver a nova central depositária, 100% em nuvem. O espaço é onde ficam registrados todos os ativos negociados e as informações sobre a titularidade.

Inclui dados, por exemplo, sobre:

  •  ações
  • ETFs
  • BDRs
  • fundo imobiliários

Em meio às conversas e negociações, a Vermiculus foi apresentada a Pedro Meduna, co-fundador da L4 e líder da operação. “Fui para Estocolmo, conheci os desenvolvedores e fiquei apaixonado pela tese. Não é todo dia que uma empresa brasileira investe em uma empresa sueca”, afirma.

De acordo com o executivo, a startup tem o potencial de entregar um alto crescimento, umas das premissas de investimentos do fundo.

Qual é o momento do fundo

A divulgação acontece dias após o aval da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para a atuação do fundo.

O órgão governamental tinha que aprovar a constituição do veículo de investimento de forma independente, o que permite movimentações sem a necessidade de pedidos de autorização.

A L4 foi criada para fomentar a inovação em áreas adjacentes e concorrenciais ao negócio da B3. De início, conta com R$ 600 milhões em recursos que devem ser usados ao longo dos próximos dos cincos anos, contados a partir da aprovação da CVM.

O anúncio de hoje é o terceiro desde o início do ano. Antes, tinha comunicado a participação em rodadas de investimentos da fintech de cripto Parfin e na israelense Bridgewise, startup que usa inteligência artificial para analisar empresas de capital aberto em todo o mundo.

Como não tinha autorização formal para atuar, assinava um termo de compromisso com as empresas. Agora, chegou o momento dos desembolsos.

Quais os próximos passos

“Nós vamos estar muito ativos buscando oportunidades”, afirma Meduna. O executivo prevê novos aportes ao longo do ano, mas “sem pressa”.

O fundo não tem uma meta anual de investimentos, a única condição hoje é de que precisa utilizar os 600 milhões ao longo de cinco anos.

Com o mercado em baixa, a L4 acredita que pode encontrar boas empresas para fazer negócios. “A gente está lançando o fundo quando tem menos investimentos [na indústria] e você consegue negociar melhores termos, conversar com os fundadores e negociar os melhores contratos”, diz o executivo, com passagens por empresas como Cabify e Juntos Somos Mais.

Fonte: exame

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