Após registrar crescimento de 50% em 2022, a foodtech Typcal, antes conhecida como 100 Foods, pretende acelerar o crescimento neste ano.
A startup surgiu em 2019 oferecendo molhos plant-based e maioneses e incrementou o portfolio nos últimos anos. Entre 2021 e 2022, lançou produtos que substituem proteína animal, como hamburgueres e empanados, nos sabores de carne e frango.
Entre os 11 itens comercializados pela startup, a linha de produtos análogos já é a principal e responde entre 70% e 80%.
No fim de 2022, a Typcal recebeu R$ 4 milhões, aporte liderado pela Futurum Capital e com a participação de Bernardinho e Bruninho, técnico e jogador de vôlei, respectivamente.
Ao longo dos próximos meses, pretende empregar todo o capital para entregar um novo ritmo de expansão e triplicar o faturamento. O crescimento, dentro da tese, está baseado em três pilares:
- Aumentar a distribuição dos produtos com a entrada em novos varejistas e a ampliação da presença no número de lojas de parceiros como Carrefour, Natural da Terra e Zona Sul
- Lançamento de produtos embutidos, como uma linguiça prevista para os próximos meses
- Tecnologia própria e em fase de obtenção de patente (guardada a sete chaves) que permitirá a fabricação de produtos usando novos ingredientes – Atualmente, os itens são feitos à base de ervilha
Como a foodtech nasceu
As ações serão acompanhadas por muita degustação nos pontos de venda, estratégia com a qual a marca tem conseguido atrair novos clientes. “Precisamos colocar os produtos na boca de mais pessoas”, afirma Paulo Ibri, fundador e CEO da Typcal.
Ex-executivo comercial e de varejo da Red Bull e da Coca-Cola, ele criou a startup em 2019, após um período de estudo sobre o modelo do negócio. Praticante de esportes, tinha na cabeça a ideia de criar a marca com o DNA de saudabilidade, sem um discurso fechado no universo vegano ou vegetariano.
A aposta é no flexitarianismo, grupo que reúne pessoas que querem reduzir o consumo de proteína animal e adotar uma alimentação mais equilibrada – sem renunciar às carnes e derivados totalmente.
No país, 28% das pessoas dizem adotar este estilo de alimentação, de acordo com pesquisa da The Good Food Institute Brasil. Nas vendas da startup, eles respondem por cerca de 80%.
A chegada de Bernardinho e Bruninho ao time deve ajudar a reforçar o discurso de saudabilidade dos produtos e aproximá-los do universo esportivo, desejo de Ibri e do seu sócio, Guilherme Sortino, também CFO da operação.
“Eles ajudam muito na parte de networking, abrem muitas portas e a ideia é que nos ajudem no networking de atletas, que é algo que a gente quer começar a fazer”, diz Ibri. A startup deve criar uma plataforma de patrocínio a atletas, a inspiração é a Red Bull, empresa na qual os dois sócios se conheceram e referência internacional em marketing esportivo.
Por que irá lançar uma nova rodada
Toda o planejamento da startup ao longo dos próximos meses tem como objetivo impulsionar os números para conquistar novos investidores já no segundo semestre.
A foodtch planeja uma nova rodada, agora série A, para captar R$ 30 milhões, valor 650% maior que o obtido recentemente.
O capital será usado para implementar a nova tecnologia que está em fase de registro e que, segundo o executivo, será capaz de posicionar a foodtech em um patamar diferente. “Vai ser uma rodada muito focada em desenvolvimento de produto e tecnologia”, afirma Ibri.
Fonte: exame