A candidata ao Senado Janaina Paschoal (PRTB) usou suas redes sociais para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o desconforto estabelecido entre Executivo e Judiciário não passa de “teatro”. Segundo ela, o chefe do Planalto “joga para a torcida” ao atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu acho que a briga de Bolsonaro com o STF é teatro. Acho, de verdade, que está tudo bem ali e ele joga para a torcida, a fim de deixar a militância sempre atiçada”, afirmou Janaina, que é deputada estadual em São Paulo.
A parlamentar, que chegou a ser cotada como vice de Bolsonaro em 2018, elegeu-se na onda bolsonarista, mas acabou se afastando e teve frustrados os planos de obter o apoio do presidente na corrida pelo Senado. Bolsonaro lançou candidato o ex-ministro Marcos Pontes (PL), e Janaína aproveitou a polêmica entre Executivo e Judiciário, agravada pela operação da Polícia Federal contra empresários apoiadores do presidente, nesta terça-feira, 23, para atacar também seu rival direto na campanha.
A parlamentar criticou o fato de Pontes não ter se posicionado publicamente contra a operação de busca e apreensão da Polícia Federal e insinuou que, se eleito, o astronauta não fará oposição ao STF no Senado. Ela ainda tenta trazer para si o voto bolsonarista no Estado, embora o candidato oficial do palanque do presidente seja Pontes.
Segundo Janaina, se Bolsonaro de fato se preocupasse com as ações do Supremo, teria escolhido outra pessoa para ser seu candidato ao Senado.
“No mínimo, ele tinha que dizer que isso era um constrangimento (a operação da PF). Ele não está nem aí com nada”, afirmou Janaina ao Estadão. Procurado, Pontes não havia se manifestado sobre as críticas de sua adversária até a publicação desta matéria.
Desde que foi preterida pelo presidente Bolsonaro na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos), Janaina tem feito uma série de críticas ao chefe do Executivo. Em entrevista ao Estadão neste mês, a deputada afirmou que o presidente tenta “destruí-la”. Ela diz ser fiel às pautas defendidas pelo bolsonarismo, mas não ao presidente em si.