NBC News: Israel cede à pressão dos EUA e começa a se distanciar da Rússia para apoiar Ucrânia


Desde o começo da operação russa na Ucrânia, Tel Aviv vem sofrendo pressão norte-americana para cada vez mais apoiar o Estado ucraniano, e mesmo que o retorno de Bibi ao poder tenha ocorrido quando o conflito já estava em curso, em dezembro de 2022, o primeiro-ministro sinaliza que está mudado sua postura sobre Moscou.
De acordo com a NBC News, Netanyahu voltou ao poder em meio a expectativas de que ele colocaria Israel na direção da Rússia. Em vez disso, o premiê reforçou o apoio de seu país a Kiev sob pressão do aliado mais importante de Israel, os Estados Unidos.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, vem a meses pedindo defesa aérea a Tel Aviv e o ministro da Defesa, Dmitry Kuleba, também expôs as demandas de seu país quando se reuniu com chanceler israelense, Eli Cohen, em Kiev em 16 de fevereiro.
Presidente Vladimir Zelensky pelas ruas de Kiev, 25 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.12.2022

No final de janeiro, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apontou para parceria entre Rússia e Irã, e exigiu explicitamente que Israel aumentasse seu apoio a Kiev, segundo a mídia.
“O aprofundamento dos laços de Teerã com Moscou e o armamento sofisticado que eles estão trocando para permitir a agressão um do outro estão entre as muitas razões pelas quais levantamos com Israel a importância de fornecer apoio para todas as necessidades da Ucrânia […]”, afirmou o secretário citado pela mídia.
Em seguida, no dia 1º de fevereiro, Netanyahu acenou positivamente pela primeira vez de que estaria considerando enviar equipamento militar à Ucrânia, quando em uma entrevista para CNN disse que estava “investigando” uma ação para enviar sistemas Cúpula de Ferro a Kiev.
Moscou logo se manifestou através de sua chancelaria e disse que o encaminhamento do material levaria a uma “escalada da crise”, conforme noticiado.
No dia 17 de fevereiro, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, disse que daria o Prêmio Nobel a Netanyahu se ele usar sua influência para ajudar a pôr fim à operação militar da Rússia na Ucrânia, conforme noticiado.
Victoria Nuland, subsecretária de Estado dos EUA, no Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em 12 de outubro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 17.02.2023

No dia 21 do mesmo mês, dois legisladores israelenses, Zeev Elkin e Yuli Edelstein, se reuniram com Zelensky durante visita à capital ucraniana e disseram em declaração conjunta que Israel deve “deixar de ter medo e assumir uma posição ativa” em relação ao conflito, além de “ajudar a Ucrânia em todas as áreas onde as tecnologias israelenses, incluindo as militares, podem colaborar”.
Contudo, parece que Tel Aviv está esquecendo que na sua frente de segurança a Rússia tem sido parceira de Netanyahu na Síria. Por exemplo, um acordo com governo de Bashar al-Assad mediado por Moscou possibilitou que o Exército israelense realizasse ataques aéreos contra alvos ligados ao Irã na região.
“Estamos em uma situação muito diferente da Europa e dos EUA. Os primeiros-ministros israelenses sabem da relevância de um diálogo aberto com a Rússia quando se trata de nossa segurança nacional”, alertou o professor de ciências políticas Reuven Hazan, da Universidade Hebraica de Jerusalém, citado pela mídia.
Zvi Magen, que primeiro foi embaixador de Israel na Ucrânia e depois na Rússia na década de 1990, disse que se Tel Aviv desse armas à Ucrânia, especialmente aquelas que mudariam o equilíbrio do conflito, seria “entrar em guerra com Moscou”.
Israel também estaria preocupado com o impacto na comunidade judaica da Rússia, com 83.000 israelenses, se os laços forem cortados. Mas parece que a pressão norte-americana e a amizade entre Moscou e Teerã está mudando os rumos da prioridade da política israelense com o Kremlin.

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Grupo de trabalho da reforma tributária espera aprovar PEC até junho
Próxima Governo quer taxar apostas eletrônicas para compensar perdas no IR, diz ministro