Lewis Hamilton afirmou que não se importa se não vencer outra corrida na Fórmula 1, mas que vai continuar falando sobre questões políticas quer as pessoas gostem ou não.
As posições e opiniões dos pilotos da F1 têm sido um tema quente, após uma atualização do Código Esportivo Internacional da FIA, que restringe os competidores de fazerem declarações políticas sem a permissão do órgão regulador.
Nenhum piloto foi punido por violar isso por enquanto. A FIA recentemente esclareceu o escopo de seus novos regulamentos, e confirmou que os pilotos podem enfrentar penalidades esportivas e até uma desqualificação ou exclusão por violá-los.
Vários pilotos da F1, incluindo Hamilton, disseram antes do início da temporada que continuarão a se manifestar se assim o desejarem.
“Sempre digo que sinto que precisamos de mais empatia e compaixão no mundo”, disse Hamilton em entrevista ao podcast ‘The Fast and the Curious’. “Há todas essas coisas que as pessoas acham desafiadoras em diferentes países.”
O sete vezes campeão na F1, disse sentir ‘uma responsabilidade enorme’ em explorar seu perfil como um dos esportistas mais famosos do mundo. “Esta é uma plataforma para realmente provocar mudanças, iniciar conversas, o que eu acho que é o começo dessas coisas”, disse ele.
“Iniciar essas conversas desconfortáveis e, em seguida, responsabilizar as pessoas que ficaram felizes com o status quo no passado, que reprimiu as pessoas, que fez com que as pessoas não fossem incluídas, e isso me frustra. Podemos fazer mudanças, e eu quero ajudar nisso e fazer as pessoas se sentirem mais incluídas”, acrescentou.
Muitos pilotos da F1 no passado, já estiveram envolvidos em atividades de caridade fora das pistas, enquanto outros emprestaram seu nome e seus recursos financeiros para iniciativas de Kart, muitas vezes em seus países de origem.
Nos últimos anos, houve mais atenção sobre o que os pilotos disseram e fizeram durante os finais de semana de GP. Hamilton e o agora aposentado Sebastian Vettel, ficaram conhecidos por destacar as preocupações políticas nos países em que a F1 corre.
“O automobilismo, por exemplo, ou qualquer esporte de negócios, não deve continuar sem diversidade”, acrescentou Hamilton. “Não há acesso suficiente para pessoas da comunidade LGBTQ+, não há acesso suficiente para pessoas com deficiência dentro do nosso paddock. Quando você já viu alguém trabalhando em nosso setor, que tinha alguma deficiência?”
“Há muitas coisas que precisamos desafiar e tentar ajudar a resolver. Também vamos a muitos países onde eles têm questões desafiadoras de direitos humanos, onde alguns não são tratados como seres humanos”, acrescentou.
“No passado, as pessoas apenas passavam por cima disso, e não era considerado importante, mas é importante. Não me importo se não vencer outra corrida, vou falar sobre essas coisas, quer as pessoas gostem ou não”, concluiu Hamilton.
Fonte: f1mania