“O ex-embaixador destaca que, apesar das promessas efetuadas a [Mikhail] Gorbachev [ao final da Guerra Fria], as coisas desandaram, pois o Ocidente seguiu um caminho que pode ter sido interpretado pela Rússia como uma ameaça. Matlock realça que, no final dos anos 1990, ele depôs em uma comissão do Senado dos EUA e insistiu que a expansão da OTAN não contribuía para a segurança da Europa e nem dos EUA. Em sua exposição, Matlock enfatiza que essa expansão representava uma ameaça global, pois poderia desencadear uma nova corrida armamentista, inclusive no âmbito nuclear.”
“Aqui é imperioso ressaltar que países que haviam feito parte da antiga União Soviética foram incorporados à OTAN, alguns por desejo próprio, outros seduzidos por promessas nem sempre exequíveis.”
“Nesse campo, é extremamente importante observar que ao final da Guerra Fria, era de se esperar que a OTAN, criada em 1949 sob o argumento de fazer frente à ameaça soviética, poderia e deveria ser desmantelada. Quando a antiga rival deixou de existir, no entanto, não foi isso que aconteceu. Ao contrário, assistimos perplexos à expansão da OTAN em direção às áreas outrora pertencentes ao antigo Império Rrusso e à sua sucessora, a União Soviética”, afirma o historiador.
Narrativas com dois pesos e duas medidas
“Observo que esses atores [mídia tradicional] não estão a protestar contra a matança que a Arábia Saudita, aliada e armada pelos EUA, está a fazer no Iêmen. Essa agressão liderada pela Arábia Saudita, por meio de uma coalizão de nove países, iniciou-se em 2015. Sublinho que, de fato, EUA, Reino Unido, França e outros países ocidentais dão suporte à Arábia Saudita.”
Fonte: sputniknewsbrasil