SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Candidato a deputado federal, o jogador de vôlei Maurício Souza (PL-MG) disse que seu débito com a Justiça Eleitoral, que motivou um pedido de impugnação de sua candidatura, se deu porque ele deixou de votar em uma eleição por estar servindo à seleção brasileira. O histórico recente, porém, mostra que ele nunca esteve a serviço da seleção durante eleições.
“A única vez em que não consegui votar nas eleições ocorreu porque eu estava servindo à seleção brasileira de vôlei, defendendo a bandeira do nosso país”, afirmou Maurício, em nota. “Eu, como patriota que sou e que ama este país, sei o quanto é importante participar das eleições”, continuou.
Em 2020, as eleições municipais tiveram primeiro turno em 15 de novembro, dia em que Maurício jogou pelo Taubaté contra o Minas, pela Superliga – Maurício é de Iturama (MG), que não tem segundo turno.
Dois anos antes durante o período eleitoral, ele fazia parte do elenco do Sesc-RJ que treinava para a Superliga. Naquele ano, Maurício foi prata no Campeonato Mundial que terminou em 30 de setembro, exatamente uma semana antes do primeiro turno das eleições. Depois, os jogadores voltaram aos seus clubes. No fim de semana do segundo turno, ele jogou em Maringá (PR) pela Superliga.
Em 2016, Maurício estava com o Brasil Kirin, de Campinas, jogando as quartas de final do Campeonato Paulista no dia do primeiro turno das eleições municipais. Da mesma forma, em 2014 o jogador estava com seu clube de então, o Taubaté, no estadual. Ele jogou confronto de quartas de final dois dias antes do primeiro turno e participou da conquista do título paulista no sábado à noite, na véspera do segundo turno. Em 2012, ele ainda não defendia a seleção.
Na semana passada, o MPE (Ministério Público Eleitoral) de Minas Gerais pediu o indeferimento do pedido de registro de candidatura a deputado federal de Maurício porque ele não estava quite com suas obrigações eleitorais, uma vez que, segundo o MPE, ele não pagou a multa por ter deixado de votar em uma eleição, sem detalhar qual.
Pela legislação brasileira, é condição obrigatória para o registro de candidatura que o político esteja com as obrigações eleitorais quitadas. No caso de Maurício, pelo que o jogador explicou, ele tinha uma multa a pagar. Segundo ele, de R$ 7,20. “Assim que tomou ciência da multa, o candidato efetuou o pagamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral”, informou a assessoria de imprensa dele.
Maurício, que concorre pelo PL, lançado por um grupo suprapartidário pró-armas, já foi preso por porte ilegal de armas, no fim do ano passado. Conforme contou o Olhar Olímpico, ele foi parado pela polícia militar com um revólver no carro. Preso em flagrante, disse que não sabia o nome nem tinha o contato do traficante que lhe vendeu a arma.