F1: Marko espera uma Mercedes forte para reviver o interesse na Alemanha


Não é sempre que Helmut Marko espera pelo sucesso da Mercedes, mas se isso for o que é preciso para aumentar o interesse da Fórmula 1 na Alemanha, então ele é a favor.

Contrariando a tendência mundial, o interesse da Fórmula 1 na Alemanha vem caindo ano a ano. Em janeiro, foi anunciado que a Sky, que detém os direitos de transmissão da categoria no país, estava tendo dificuldades para encontrar um parceiro de transmissão na TV aberta, além do fato que o GP da Alemanha não estar mais no calendário da F1, não ajuda em nada na situação.

Em comparação, a Fórmula 1 está crescendo em outras regiões, como no resto da Europa e nos Estados Unidos, bem como na Ásia, com a F1 anunciando um novo acordo de transmissão para o público japonês esta semana.

O ex-vice-presidente de atividade automobilística da Mercedes, Norbert Haug, também descreveu a situação na Alemanha como uma ‘tragédia’ e algo de que ‘todo entusiasta do automobilismo só pode se envergonhar’.

Marko, consultor da Red Bull, pode não ser alemão, mas descreveu a situação na Alemanha como sendo ruim, e disse que era exatamente o oposto do que ele viu em seu país natal, a Áustria.

“É incrível o que está acontecendo na Alemanha agora”, disse ele à emissora alemã Sport1. “Na Áustria é exatamente o contrário. A Fórmula 1 está crescendo mais do que nunca. A equipe Red Bull é vista como a seleção austríaca e todo o país está torcendo por isso.”

Marko chegou a dizer que espera que um dos principais rivais da Red Bull, a Mercedes, volte a ter um bom desempenho, se isso significar que os fãs alemães se interessarão novamente pela F1.

“É por isso que até espero que a Mercedes volte a ser forte, para que os alemães se identifiquem com eles novamente”, disse Marko.

Dado que, desde a virada do milênio, dez títulos de pilotos foram conquistados pela Alemanha e uma equipe alemã conquistou oito títulos consecutivos de construtores, parece estranho que o interesse pela categoria tenha diminuído tanto no país.

Mas as coisas eram muito diferentes no início do século 21, quando a ‘Schumacher-mania’ estava em pleno vigor. Tal era a popularidade do piloto alemão, que se tornou heptacampeão na F1, que isso levou a duas corridas por ano de 1997 a 2006, serem realizadas na Alemanha.

Sebastian Vettel foi então capaz de assumir a responsabilidade, conquistando quatro títulos na F1 consecutivos, de 2010 a 2013, mas sua saída de um time de ponta e sua recente aposentadoria só aumentaram a sensação de desilusão entre os fãs alemães.

A questão principal, como tende a ser na maioria das vezes, é o dinheiro. Enquanto os governos de outros países estão dispostos a pagar parte da conta de um GP, se isso significar obter uma lucrativa base de F1 em seu solo, o governo de Olaf Scholz não está disposto a fazer isso.

Foi uma situação que até o CEO da F1, Stefano Domencali, disse ser um ‘mistério’.

“Um GP de F1 tem que valer a pena para todas as partes. Não podemos cobrir todos os custos”, disse ele ao Bild, confirmando que a categoria colocaria parte do dinheiro se isso significasse que eles poderiam correr na Alemanha novamente.

“É um mistério para mim, como você não pode construir um evento em torno de um GP hoje em dia. Mas se eles conseguirem fazer isso, teremos outra corrida na Alemanha”, afirmou.

Com a aposentadoria de Vettel no final de 2022, Mick Schumacher sendo piloto reserva na Mercedes em 2023, e Nico Hülkenberg na fraca Haas, além do fato que as transmissões da F1 na TV alemã podem nem acontecer, realmente reviver o interesse dos fãs alemães parece estar muito longe de acontecer.

 

 

Fonte: f1mania

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