“Os EUA estão enfrentando o pior surto de gripe aviária de sua história. Mais de 60 milhões de aves já foram abatidas sanitariamente, em mais de 47 estados. Por sua vez a Europa também atravessa uma crise bastante complexa”, diz Rua.
“Houve um abate massivo [de aves] por conta de doença. Então teve uma quebra na oferta muito significativa da produção de ovos. Eu acabei de voltar dos Estados Unidos, e uma caixa de ovos, aquela bandeja maior, estava custando US$ 27, ou seja, R$ 100. Muito caro”, diz a professora.
Vão faltar ovos no Brasil?
“O Brasil não tem risco de falta de ovo, é importante a gente deixar isso claro. Nossa produção deve ficar próxima de 51 bilhões de unidades produzidas; isso significa aproximadamente 1.500 ovos produzidos por segundo. O brasileiro continuará comendo mais do que a média mundial de 230 ovos. É esperado que o brasileiro consuma algo como 240 ovos neste ano de 2023.”
“Não deverá haver qualquer problema em relação ao fornecimento interno, porque no Brasil aproximadamente 99,5% do que nós produzimos [de ovos] ficam aqui no mercado brasileiro e 0,5% vai para exportação. Então o mercado brasileiro é praticamente dominante quando a gente fala da produção dos nossos ovos. Existem essas oportunidades de exportação, mas elas devem ser um incremento residual no percentual do total produzido pelo Brasil.”
“É uma janela de oportunidade sim, eu vejo uma possibilidade de aproveitamento. Mas como ela é custosa em termos de processo, de procedimentos, o tempo que demora para o Brasil estabelecer um procedimento regular, com fluxo de exportação de ovos, é mais ou menos o necessário para que esses países recomponham a sua capacidade de ofertar ovos. Então eu acho que, por uma questão de tempo, essa é uma oportunidade que a gente não estava preparado para aproveitar, eu acho que ela [a janela de oportunidade] fica menor.”
Fonte: sputniknewsbrasil