Um homem no estado norte-americano da Pensilvânia foi acusado de abuso de um corpo e de receber propriedade roubada, depois de ter tentado comprar restos mortais de uma vendedora do Arkansas no Facebook.
A detenção e acusação ocorreu a 22 de julho, na cidade de East Pennsboro, no Pensilvânia. Jeremy Lee Pauley foi acusado esta quinta-feira (18) e foi liberado depois do pagamento de uma fiança de 50 mil dólares (cerca de 250 mil Reais).
Relacionado com este caso, a porta-voz da Universidade de Ciências Médicas do Arkansas, em Little Rock, contou que os mesmos restos mortais deviam ter sido doados por uma casa mortuária, mas acabaram sendo roubados e vendidos por uma funcionária do estabelecimento.
Segundo a NBC News, caso está sendo investigado pelas autoridades federais, mas a polícia federal (FBI) não confirmou se os dois casos estão correlacionados. A universidade disse, citada pela televisão norte-americana, que está “horrorizada que tal coisa tenha acontecido”.
Nos Estados Unidos, a venda de restos mortais humanos continua envolvida em dúvidas e áreas cinzentas, porque existem convenções e comícios legais que promovem a venda de partes humanas. E Pauley tem uma prova de que esta não é a primeira vez que obtém algo do gênero, pela via legal. Segundo um relatório da polícia, o suspeito – que se considera um colecionador de “variedades” – questionou as autoridades para comprar partes humanas. Na altura, a polícia constatou que as partes em causa eram esqueletos completos de pessoas mais velhas e determinou que a compra fora legal.
Mas a história em torno dos restos mais recentes torna-se ainda mais bizarra. Através do Facebook, Pauley publicou fotografias de sacos com fêmures, escrevendo na descrição: “Peguei em mais ossos médicos para analisar”. O norte-americano patrocinava as partes numa página com nome de mercado.
Depois, uma denúncia à polícia levou à descoberta de mais restos mortais que não tinham sido declarados, nomeadamente três baldes de 18 litros cada, com restos humanos (alguns pertencentes a crianças). Foram também interceptadas encomendas entre a mulher do estado do Arkansas e Jeremy Lee Pauley por correio.
Segundo as autoridades, o objetivo de Pauley seria revender as partes recebidas pela mulher e, nas mensagens no Facebook Messenger, teria dito à funcionária que pagaria 4.000 dólares pelos restos roubados.
À NBC, o advogado do condado de Cumberland, onde Jeremy Lee Pauley foi acusado, mostrou-se incrédulo com a situação e questionou os parâmetros legais em torno da compra de restos mortais nos Estados Unidos. “A questão que temos de responder é se a venda de partes ou ossos e restos continua ilegal ou legal. Alguma dessa venda, para nossa surpresa, é legal. E a investigação continuou, e ficou claro que houve atividade ilegal a ocorrer”, disse.