Em menos de dois anos, Brasil ameaça liderança britânica em ‘open banking’


Em menos de dois anos, após os bancos emitirem os primeiros convites para que seus clientes compartilhassem dados de contratação de serviços bancários com outras instituições financeiras, o Brasil já conta com 5 milhões de pessoas conectadas pelo sistema bancário aberto (open banking), o que pode guindar o país, em breve, à liderança mundial da modalidade, a ponto de desbancar a principal referência global desse sistema, o Reino Unido.

O crescimento vertiginoso desse novo mercado decorre, entre outros fatores, ao fato de que sua implementação na economia nacional estar ocorrendo de forma mais rápida e abrangente do que nos demais países.

Tal agilidade tupiniquim está patenteada no relatório ‘Global Open Finance Index’ – de análise de 23 países, abrangendo mais de 150 itens – elaborado pela Open Banking Excellence (OBE) em parceria com a Universidade de Oxford, segundo o qual o Brasil galgou posições no referido ranking em um quinto do tempo dispendido pelo Reino Unido, como destaque para o avanço brasileiro no que toca à formulação de novos modelos de crédito, em decorrência do compartilhamento de informações bancárias.

Entre os destaques do relatório, o estudo aponta a atuação do Banco Central (BC), no sentido de se colocar como mediador, visando facilitar o ‘diálogo’ entre todas as instituições, assim como o aspecto de ‘união’ do mercado financeiro, tenho em vista ‘construir’ as bases para serviços e produtos inovadores.

Essas iniciativas, acentua a presidente-executiva e fundadora da Open Banking Excellence (OBE) – comunidade global dos pioneiros do open banking e open finance, como fintechs, bancos, agências reguladoras entre outros – Helen Child, “têm o potencial de atacar enormes problemas, como a inclusão financeira”, ao observar que, “enquanto o Reino Unido se mostra estagnado, em uma situação que pode comprometer a sua liderança global, países como o Brasil avançam a passos largos”.

Segundo Helen, o projeto do open banking começou a ser implementado a partir de fevereiro 2021, em fases, com o objetivo de tornar o ecossistema financeiro mais moderno, até que, em março de 2022, este foi ampliado para open finance (sistema financeiro aberto).

Ao comentar os resultados do relatório internacional, o chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central (BC), Aristides Cavalcante comenta que ‘o princípio da reciprocidade tem sido o principal impulsionador da iniciativa, ou seja, se uma instituição quiser acessar dados de um determinado cliente que deu a permissão para isso, ela precisa compartilhar informações também”.

Nesse contexto, Cavalcante ressalta o avanço decorrente da interoperabilidade entre os participantes, ou seja, mecanismos comuns que permitem a troca de informações entre grandes e pequenas instituições.

Fonte: capitalist

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