Na última temporada a Fórmula 1 contou com uma nova diretriz técnica para o desenvolvimento dos carros, apontada como a maior revisão nos regulamentos desde a troca para motores V6, em 2014.
O efeito solo, introduzido pela Lotus na década de 70, retornou para os modelos de 2022 e junto as equipes se depararam com o fenômeno do “porpoising”, pulos/quicadas que o carro dá violentamente no solo quando se encontra em alta velocidade.
Para o diretor técnico da McLaren, James Key, a categoria acabou falhando em não prever o problema: “Se tivéssemos idade suficiente, estando nos 80 anos, e nos lembrássemos da última vez que o problema ocorreu, nos anos 70, provavelmente teríamos sido um pouco mais sábios.”
“Mas, na verdade, todos nós esquecemos que isso seria tão grave quanto no início da temporada, e tendia a levar mais tempo do que o esperado para resolver.”
Outro apontamento de James é em relação ao vácuo: “O efeito de vácuo que costumávamos ter, e obviamente fazia parte das ultrapassagens, perdemos. Embora tenhamos ganho alguma aproximação nas curvas, e talvez tenhamos facilitado um pouco em pistas com vento, esse efeito é definitivamente menos poderoso.”
Contudo, o diretor técnico também observou pontos positivos nas mudanças: “Definitivamente tivemos corridas em que as equipes puderam se aproximar em pistas onde antes era difícil.”
“Vimos muito mais ultrapassagens do que esperávamos, em Hungaroring, por exemplo, e em alguns outros circuitos, onde tradicionalmente era difícil. Todos os pilotos comentaram sobre o fato de ser fácil de seguir [o outro carro], então, definitivamente, esse objetivo foi atingido”, concluiu.