O ex-piloto de Fórmula 1, Allan McNish, acredita que os marcadores que separam os bons, dos excelentes pilotos mudaram com o tempo, mas fez referência a Fernando Alonso e suas mensagens de rádio, como evidência de sua ‘capacidade cerebral extra’.
Alonso é conhecido por mensagens pontuais no rádio da equipe e em entrevistas, mais recentemente evidenciadas em suas farpas contra a Alpine por sua baixa confiabilidade na temporada passada.
McNish relembrou um teste que fez para a McLaren em 1989, e explicou as grandes diferenças na quantidade de dados disponíveis para equipes e pilotos nos dias atuais.
Enquanto a falta de informação nos anos anteriores pode ter facilitado a distinção entre pilotos com maior capacidade mental, que mais tarde se traduziria em desempenho, o ex-piloto de Fórmula 1 McNish acredita que essa capacidade de uma pessoa, ainda pode fazer a diferença entre bons e os excelentes pilotos.
Falando de seu teste na McLaren em 1989, McNish falou: “A pessoa no outro carro era Ayrton Senna, e no final do teste, a equipe e a Honda, imprimiram um traçado de velocidade, mostrando quão rápido o carro estava passando na curva, então tinha um pequeno traço do acelerador e um traço do freio”, disse o três vezes vencedor de Le Mans.
“E então eles imprimiram um para o Ayrton, e você juntava os dois e os segurava contra a luz para ver quais eram as diferenças, e você não podia sobrepor as coisas.”
“Portanto, era muito básico, mas o Ayrton tinha uma habilidade diferente porque tinha que entrar na pista e se lembrar das 65 voltas, e o que o pneu estava fazendo, o que o carro estava fazendo.”
“Eu basicamente costumava pegar o pit board, mesmo se estivéssemos fazendo uma corrida longa ou algo assim, e eu me certificava de que eles contassem as voltas, e então eu dizia: ‘Certo, volta 20, aconteceu isso naquela curva’ , e você tinha que guardar na sua cabeça”, acrescentou.
“Depois, você detalhava para o engenheiro, e eles anotavam todas essas coisas diferentes e tentavam reuni-las, e assim você era efetivamente o ‘registrador de dados’. Mas agora é completamente diferente. É assim que o mundo é, mas ainda acredito que o piloto com capacidade cerebral extra para lidar com tudo isso, lidará com outras coisas também, e agora são as estratégias de corrida.”
“É como Fernando, capaz de fazer esses comentários muito claros, que às vezes são puramente para fins de relações públicas no rádio, enquanto ele está disputando roda a roda com alguém, fazendo uma curva de quinta marcha, e isso porque ele tem essa capacidade cerebral extra”, afirmou.
“Para mim, a habilidade de usar suas mãos, pés e cérebro mudou, mas você ainda precisa dessas habilidades para poder fazer isso em primeiro lugar”, finalizou McNish.
