Ter um carro de coleção é mais do que um hobby: é resgatar parte da história automotiva e cultural do Brasil. O mercado de clássicos cresceu muito nos últimos anos, impulsionado pela paixão dos entusiastas e pela valorização de modelos que foram ícones de sua época. Há quem veja inclusive como uma possibilidade de investimento, comprando modelos por preços mais baixos e revendendo anos depois por cifras consideravelmente mais altas.
De todo modo, há opções acessíveis, ideais para quem quer começar, e outras já bastante valorizadas, que se consolidaram como verdadeiros objetos de desejo. Dentre os fatores que fazem um carro ser lembrado pelos colecionadores estão design, relevância histórica, participação em competições e, claro, memória afetiva. Selecionamos sete carros de colecionador que figuram entre os mais anunciados no Mercado Livre e que seguem despertando interesse entre iniciantes e colecionadores experientes.
Os preços citados no texto foram verificados no Mercado Livre durante a apuração e produção da matéria, no mês de setembro de 2025. Confira, abaixo, cada um dos modelos em detalhes.
O Fusca foi o carro que ensinou o Brasil a dirigir. Produzido por quase quatro décadas, atravessou diferentes fases mantendo a essência de simplicidade mecânica, robustez e carisma inigualável. Sua construção de motor traseiro refrigerado a ar tornou-se símbolo de praticidade e resistência, além de ser um dos projetos mais globais da indústria automotiva.
No mercado de clássicos, é um dos pontos de partida mais comuns, com exemplares em bom estado anunciados a partir de R$ 15 mil. Unidades que precisam de maiores cuidados podem ser encontradas por metade do preço. Modelos das décadas de 1970 e 80 são abundantes, com motores 1300 e 1600, enquanto as primeiras gerações, como as de janela oval, alcançam valores acima de R$ 100 mil. É um carro democrático, fácil de manter e com uma legião de fãs ativos até hoje.
O Chevette foi o compacto da Chevrolet que chegou em 1973 para competir com o Fusca, mas trouxe motor dianteiro e tração traseira, fórmula que o acompanhou até sua despedida, em 1993. Passou por várias fases, do estilo mais arredondado nos anos 70 ao visual “quadrado” dos anos 80, sempre mantendo a proposta de carro acessível e versátil.
Anunciado no Mercado Livre a partir de R$ 15,7 mil, o Chevette aparece em versões hatch, sedã, perua (a Marajó), e até picape, chamada Chevy 500. Embora tenha sido visto por muito tempo como apenas um usado barato, nos últimos anos vem ganhando prestígio entre colecionadores, especialmente os exemplares bem preservados das primeiras fases. É uma opção de investimento que pode se valorizar nos próximos anos.
Nascido de um projeto da Renault e adaptado pela Ford, o Corcel foi lançado em 1968 e se tornou rapidamente um sucesso. A primeira geração tinha linhas suaves, enquanto o Corcel II, de 1977, adotou estilo mais moderno e retilíneo. Foi um carro que ajudou a consolidar a imagem da Ford como fabricante de modelos familiares e confiáveis.
Hoje, com preços a partir de R$ 19.900, o Corcel tem destaque especial na versão Ghia, que oferecia acabamento requintado e, em alguns casos, câmbio automático. Seu legado é marcado pela combinação de projeto europeu com tropicalização à brasileira, o que explica por que segue tão querido entre os colecionadores.
O Opala foi o primeiro grande sedã da Chevrolet no Brasil, lançado em 1968 com base no alemão Opel Rekord, e produzido até 1992. Rapidamente, se tornou símbolo de status, com versões que iam do básico 4 cilindros às luxuosas Diplomata e Comodoro, além do icônico SS, que marcou época entre os esportivos.
É possível encontrar exemplares simples por cerca de R$ 30 mil, mas as versões SS 6 cilindros bem preservadas facilmente ultrapassam os R$ 200 mil. A diversidade de versões e o longo período de produção transformaram o Opala em um clássico plural, presente em memórias familiares, no cinema e até nas pistas de corrida. É um dos modelos de maior valorização entre os clássicos.
Nos anos 80, o Gol GTS foi a resposta da Volkswagen à febre dos esportivos nacionais, seguindo o legado do GT e abrindo o caminho para o icônico GTi. Inspirado no sucesso europeu do Golf GTI, o GTS trouxe estilo agressivo, motor 1.8 e suspensão recalibrada. Tornou-se rival direto de Ford Escort XR3, em uma disputa que marcou a juventude da época.
Atualmente, seu preço médio gira em torno de R$ 49,9 mil, mas modelos originais e bem conservados podem passar dos R$ 80 mil. A combinação de esportividade e design marcante faz do GTS um dos carros mais valorizados da linha Gol entre colecionadores.
O Puma GTS representou a ousadia da indústria nacional em criar um esportivo com identidade própria. Produzido entre 1970 e 1980, utilizava mecânica Volkswagen, mas sua carroceria de fibra de vidro e o design esportivo o diferenciavam de qualquer outro carro nacional da época. Era um conversível que transmitia exclusividade e paixão.
No mercado atual, os preços médios giram em torno de R$ 69,9 mil. Mais do que um simples carro, o GTS é lembrado como um ícone cultural, símbolo da criatividade brasileira e da possibilidade de sonhar com um esportivo mesmo sem grandes recursos industriais.
Lançado em 1973, o Ford Maverick trouxe ao Brasil a inspiração dos pony cars norte-americanos, com linhas musculosas e presença marcante. Foi vendido em duas carrocerias, cupê duas portas e sedã quatro portas, atendendo públicos diferentes. As versões variavam do básico Super ao intermediário Luxo, além do icônico GT.
A oferta de motores ia do 4 cilindros 2.3, mais simples, ao 6 cilindros 3.0 e ao desejado V8 302, que transformava o GT em um verdadeiro esportivo. Hoje, versões mais baratas são encontradas a partir de R$ 80 mil, enquanto exemplares GT V8 bem preservados facilmente ultrapassam R$ 250 mil, confirmando o Maverick como um dos clássicos mais valorizados do país.
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Fonte: direitonews