A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e a OSC Amigos do Futuro divulgaram nesta quarta-feira (26/10), os filmes selecionados para o 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, edição que marca o retorno do evento ao formato presencial. A seleção é dividida entre longas e curtas nas mostras Competitiva Nacional e Brasília, além de duas mostras paralelas de longas e sessões hors-concours.
“Está sendo um grande desafio realizar o festival de novo em formato presencial”, afirmou a diretoria artística do Festival, a produtora Sara Rocha.
“Com todo esse calor do público e essa sinergia, dos agentes culturais e cinematográficos de Brasília e do Brasil; voltar a olhar o festival cada vez mais como política pública, como elo fundamental na cadeia de valor do audiovisual, onde o filme chega para o público e a gente consegue concluir a vocação e a missão do cinema brasileiro enquanto sintoma social. A seleção dos filmes esse ano trás muito essa marca”, completa.
Antes de revelar os títulos selecionados, o secretário Bartolomeu Rodrigues frisou a importância do festival como ambiente de debate sobre o futuro do audiovisual. “Nós queremos dar condições pra esse debate, ficzrei muito satisfeito se o festival cumprir esse objetivo”, salientou.
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Mostra Competitiva Nacional
Este ano, a Mostra Competitiva Nacional conta com duas produções do Distrito Federal: Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, obra futurista que explora os impactos da presença da extrema-direita em ambientes de favela; e Rumo, de Bruno Victor e Marcus Azevedo, sobre a trajetória de implementação das cotas raciais em universidades brasileiras.

Cena de Mato Seco em Chamas, filme selecionado na mostra competitiva de longas do Festival de BrasíliaReprodução

Curta Lugar de Ladson (SP), de Rogério BorgesReprodução

Curta mineiro Big Bang de Carlos Segundo
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O debate político-social brasileiro também aparece no restante da programação de longas. O documentário fluminense Mandado, de João Paulo Reys e Brenda Melo Moraes, investiga o sistema penal brasileiro; enquanto o título paulista-amazonense A invenção do outro, de Bruno Jorge, acompanha expedição humanitária do indigenista Bruno Pereira na Amazônia em busca da etnia isolada dos Korubos. Entre as ficções selecionadas, o mineiro Canção ao Longe, de Clarissa Campolina, debate questões de classe, família, tradição, raça, gênero e identidade, e o pernambucano Espumas ao vento, de Taciano Valério, contrapõe o labor da arte à expansão de igrejas neopentecostais pelo Brasil.
Na seleção de curtas estão A ficção Big bang (MG/RN), de Carlos Segundo; Ave Maria (RJ), de Pê Moreira; Lugar de Ladson (SP), de Rogério Borges; Calunga Maior (PB), de Thiago Costa; Sethico (PE), de Wagner Montenegro; Anticena (DF), de Tom Motta e Marisa Arraes; Nossos Passos Seguirão os Seus (RJ), de Uilton Oliveira; Escasso (RJ), de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles; São Marino (SP), de Leide Jacob; Capuchinhos (PE), de Victor Laet; Nem o Mar Tem Tanta Água (PB), de Mayara Valentim; e Um Tempo Para Mim (RS), de Paola Mallmann de Oliveira.
Mostra Brasília
Tradicional no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a Mostra Brasília contará com o longa O pastor e o Guerrilheiro, que marca o retorno do veterano cineasta José Eduardo Belmonte ao festival que o revelou. O diretor Felipe Gontijo, por sua vez, apresenta Capitão Astúcia, aventura que une neto e avô para debater envelhecimento. Pedro Lacerda documenta em Profissão Livreiro a história dos candangos Ivan Presença e Chiquinho da UnB nos desafios impostos pelos novos modelos de negócio do mercado editorial. Por fim, Wesley Godim apresenta Afeminadas, documentário sobre o universo drag queen de Brasília.
A seleção de curtas também aponta para um vasto panorama da nova produção local. Desamor, de Herlon Kremer, aborda o delicado tema da separação; Super-heróis, de Rafael de Andrade, celebra os heróis do cotidiano; Plutão não é tão longe daqui, de Augusto Borges e Nathalya Brum, cria a fictícia favela Plutão, às margens da Ceilândia, onde se abrigam opositores de um governo autoritário; e Manual da Pós-verdade, de Thiago Foresti, investiga o lugar da produção jornalística em meio às fake news.
Carolina Monte Rosa apresenta Tá tudo bem, curta que debate diferenças sociais atenuadas pelo isolamento social; e Juliana Corso exibe Virada de jogo, filme que conecta narrativas femininas através da dor e do amor próprio. Marcelo Cuhexê traz ao festival Levante pela Terra, obra captada no acampamento homônimo, realizado durante a pandemia, em Brasília, contra o avanço de leis que impactariam nos direitos indígenas; e Vínícius Schuenquer apresenta Reviver, filme sobre perdas do passado e superação.
Confira, abaixo, a programação completa:
Mostra Competitiva Nacional de Longas
Mato seco em chamas (DF)
Direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta
Espumas ao vento (PE)
Direção: Taciano Valério
Rumo (DF)
Direção: Bruno Victor e Marcus Azevedo
Mandado (RJ)
Direção: João Paulo Reys e Brenda Melo Moraes
Canção ao longe (MG)
Direção: Clarissa Campolina
A invenção do outro (SP/AM)
Direção: Bruno Jorge
Mostra Competitiva Nacional de Curtas
Big bang (MG/RN)
Direção: Carlos Segundo
Ave Maria (RJ)
Direção: Pê Moreira
Nossos passos seguirão os seus… (RJ)
Direção: Uilton Oliveira
Anticena (DF)
Direção: Tom Motta e Marisa Arraes
Calunga maior (PB)
Direção: Thiago Costa
Sethico (PE)
Direção: Wagner Montenegro
Escasso (RJ)
Direção: Encruza – Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles
São Marino (SP)
Direção: Leide Jacob
Capuchinhos (PE)
Direção: Victor Laet
Nem o mar tem tanta água (PB)
Direção: Mayara Valentim
Um tempo para mim (RS)
Direção: Paola Mallmann de Oliveira
Lugar de Ladson (SP)
Direção: Rogério Borges
Mostra Brasília de Longas
Capitão Astúcia
Direção: Filipe Gontijo
Profissão livreiro
Direção: Pedro Lacerda
Afeminadas
Direção: Wesley Godim
O pastor e o guerrilheiro
Direção: José Eduardo Belmonte
Mostra Brasília de Curtas
Desamor
Direção: Herlon Kremer
Super-Heróis
Direção: Rafael de Andrade
Plutão não é tão longe daqui
Direção: Augusto Borges e Nathalya Brum
Manual da pós-verdade
Direção: Thiago Foresti
Tá tudo bem
Direção: Carolina Monte Rosa
Virada de jogo
Direção: Juliana Corso
Levante pela Terra
Direção: Marcelo Cuhexê
Reviver
Direção: Vinícius Schuenquer
Sessões especiais
Quando a coisa vira outra (DF)
Direção: Marcio de Andrade
Diálogos com Ruth de Souza (SP)
Direção: Juliana Vicente
Mostra Reexistências
O cangaceiro da moviola (MG/RJ)
Direção: Luís Rocha Melo
Não é a primeira vez que lutamos pelo nosso amor (RJ)
Direção: Luis Carlos de Alencar
Uýra – A retomada da floresta (AM)
Direção: Juliana Curi
Cordelina (PB)
Direção: Jaime Guimarães
Mostra Festival dos Festivais
A filha do palhaço (CE)
Direção: Pedro Diógenes
Três tigres tristes (SP)
Direção: Gustavo Vinagre
Fogaréu (GO)
Direção: Flávia Neves
Seleção em Homenagem a Jorge Bodanzky
Distopia utopia
Direção: Jorge Bodanzky
Compasso de espera
Direção: Antunes FIlho
Amazônia, a nova Minamata?
Direção: Jorge Bodanzky
55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
De 14 a 20 de novembro de 2022 no Cine Brasília e nos complexos culturais de Planaltina e Samambaia. Informações, inscrições para oficinas e programação completa no site.