Ainda vigora um acordo de cavalheiros entre alguns dos principais fabricantes de motocicletas que limita a velocidade máxima em 186 mph, ou 299 km/h. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu à época, mas o boato é que a comunidade europeia interveio quando percebeu reais riscos de uma verdadeira carnificina sobre duas rodas.
A ameaça dos europeus de banir motos muito velozes fez uma equipe da BMW viajar até o Japão para discutir o assunto com outras montadoras. Afinal, ninguém queria que a má publicidade provocasse queda nas vendas.
Foi então que os envolvidos decidiram limitar eletronicamente a velocidade das motos em 300 km/h. Kawasaki e Suzuki nunca reconheceram o acordo, mas a Honda foi enfática ao dizer que suas motos não passariam de 300 km/h. O acordo valeria a partir do ano 2000.
Só faltou uma coisa para o plano dar certo: combinar com os italianos. Em 2007, a MV Agusta lançou a F4 R 312, que chegava aos 311 km/h. A afronta italiana pavimentou o caminho para a chegada da BMW S1000RR, em 2009, que acelerava até 303 km/h. E o que já era bravo, ficou ainda mais insano quando a Ducati revelou a Panigale R, uma esportiva capaz de chegar aos 325 km/h.
Quanto mais a disputa aumentava, mais a velocidade subia. Até que, em 2015, a Kawasaki lançou a Ninja H2R, conceito com motor turbo de 998 cc com 326 cv, que acelera até os 400 km/h de máxima. O uso é exclusivo para circuitos fechados.
Como no mundo dos carros, uma coisa é moto de produção e outra é conceito, ou protótipo. Para entender melhor isso, uma dica é conferir os campeonatos de MotoGP e de Superbike. A categoria MotoGP usa protótipos exclusivos para corridas – não homologados para as ruas. Enquanto a classe SuperBike tem motos de rua adaptadas para corridas. Fica a dica: os protótipos não têm retrovisores, farol e suporte de placa.
As esportivas começaram a ficar realmente velozes nos anos 1980. Já em 1981, a Suzuki lançou a GSX1100S Katana, equipada com motor de 1.000 cc que podia gerar 100 cv e acelerava até os 228 km/h de velocidade máxima.
A contrapartida da Honda veio em 1988, com o lançamento da VFR750R RC30. A esportiva emoldurava um motor de 748 cc com 118 cv, suficiente para ir de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos e atingir 244 km/h de máxima.
Foi na década de 1990 que as coisas esquentaram de vez quando o assunto era velocidade. Tudo começou em 1990, quando a Kawasaki lançou a ZZR1100, esportiva com motor de 1.052 cc e 145 cv que devorava 400 metros de asfalto em 10,7 segundos, e chegava aos 283 km/h. Condição que lhe garantiu o título de moto de produção mais rápida do mundo.
Em 1992, a Honda respondeu com a icônica CBR 900RR FireBlade, uma motocicleta com motor de 893 cc e 122 cv, que acelerava de 0 a 400 metros (um quarto de de milha) em 10,3 segundos. E atingia 264 km/h de velocidade final. A FireBlade era referência da categoria por ser muito mais leve do que as concorrentes, pesando apenas 185 kg a seco. Considerada por muitos como a melhor moto da Honda dos anos 1990, foi um divisor de águas quando se trata de motocicletas esportivas.
Já em 1994 foi a vez da estreia da Ducati 916, que chegou com um motor bicilíndrico em V de 916 cc com 114 cv, que acelerava até os 400 metros em 10,6 s, e chegava à máxima de 255 km/h. Mas não podemos deixar essa década sem falar de outro ícone lançado em 1998, a Yamaha YZF-R1. A R1 emoldurava um motor de 998 cc com 150 cv com o qual chegava aos 100 km/h em 2,96 s, e ainda contava com uma final de 270 km/h.
Com o passar dos anos as motos ficaram ainda mais rápidas, leves, seguras e elétricas. Mas qual é a moto mais rápida do mundo atualmente? A que chega primeiro aos 100 km/h? Ou aquela com maior máxima? Como diriam os professores de Física, a resposta é: depende do referencial.
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Fonte: direitonews