Em 2023, um total de mais de 3,2 mil trabalhadores foram resgatados de situações consideradas análogas à escravidão, marcando o maior número de resgates em 15 anos e representando um aumento de 25% em relação ao ano anterior. A região Sudeste registrou a maior atividade de fiscalização e resgate, com 225 estabelecimentos inspecionados e 1,1 mil pessoas resgatadas.
A distribuição por região foi a seguinte:
– Sudeste: 225 fiscalizações resultando em 820 resgates;
– Centro-Oeste: 114 fiscalizações resultando em 820 resgates;
– Nordeste: 105 fiscalizações resultando em 552 resgates;
– Sul: 84 fiscalizações resultando em 497 resgates;
– Norte: 70 fiscalizações resultando em 168 resgates.
Os estados que apresentaram o maior número de ocorrências foram:
– Goiás: 739;
– Minas Gerais: 651;
– São Paulo: 392.
Nos últimos 15 anos, o ano de 2009 havia registrado o maior número de resgates, com 3.765 pessoas identificadas em situação análoga à escravidão em todo o país.
O Pará se destaca como o estado com a maior incidência de casos desde 1995, com metade dos 14 municípios mais afetados localizados nessa região.
O Ministério Público do Trabalho destacou que o cultivo de café foi o setor com o maior número de resgatados, superando até mesmo as lavouras de cana-de-açúcar. Segundo o procurador do Trabalho e Coordenador Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, Luciano Aragão Santos, a maioria dos casos ainda ocorre no meio rural, embora também haja registros de resgates em áreas urbanas, como na construção civil e em oficinas de costura, especialmente entre trabalhadores imigrantes vindos da Bolívia e da Venezuela.
Em termos financeiros, os envolvidos em trabalho escravo tiveram que desembolsar aproximadamente R$ 13,3 milhões em verbas rescisórias em 2023, com a emissão de 2,1 mil guias de desemprego e a realização de 650 visitas a locais suspeitos ao longo do ano.
Fonte: gazetabrasil