Uma equipe internacional de cientistas explicou a origem da explosão mais brilhante já observada no Universo, registrada em 22 de outubro de 2022, bem como a atenuação anormalmente lenta do brilho posterior. Isto é relatado em um artigo publicado na revista Science Advances.
A GRB 221009A foi uma explosão de raios gama de longa duração que liberou 10 elevado a 55 ergs. Em comparação, a energia das supernovas convencionais é de 10 elevado a 49 ergs, e a da supernova excepcionalmente brilhante SN 2006gy, registrada em 2006, foi de 10 elevado a 51 ergs.
As explosões de raios gama (GRB, na sigla em inglês) são causadas pelo colapso de estrelas muito massivas e pelo subsequente nascimento de buracos negros.
Mesmo antes da BOAT ser detectada, as GRBs já eram consideradas as explosões mais poderosas, violentas e energéticas do Universo, capazes de liberar tanta energia em questão de segundos quanto o Sol produzirá ao longo de toda a sua vida de cerca de dez bilhões de anos.
Existem dois tipos dessas explosões, de longa duração e curta duração, que podem ter mecanismos de lançamento diferentes, ambos resultando na criação de um buraco negro.
Um exame mais aprofundado da poderosa GRB revelou que é única pela sua estrutura, bem como pelo seu brilho. A GRB era surpreendentemente larga. Tão grande, de fato, que os astrônomos foram inicialmente incapazes de ver suas bordas.
Uma imagem da fonte da explosão de raios gama mais brilhante GRB 221009A foi recebida por pesquisadores russos e estrangeiros, informou o professor associado da Universidade George Washington Alexander van der Horst, em 7 de junho, ao serviço de imprensa da universidade.
© Foto / NASA/Swift/A. Beardmore (University of Leicester)Como o observatório Swift viu a explosão de raios gama GRB 221009A, que pode ser a emissão mais energética deste tipo já vista pelos astrônomos
Como o observatório Swift viu a explosão de raios gama GRB 221009A, que pode ser a emissão mais energética deste tipo já vista pelos astrônomos
© Foto / NASA/Swift/A. Beardmore (University of Leicester)
“Durante muito tempo, pensámos que as emissões de raios gama eram semelhantes à forma de um cone de sorvete. Contudo, algumas explosões de raios gama nos últimos anos, e em particular o trabalho aqui apresentado, mostram que necessitamos modelos mais complexos“, disse ele.
Assim, um jato estruturado pode ter se originado porque um jato estreito normal foi forçado a passar pela casca em colapso da estrela a partir de seu centro, onde um buraco negro se formou, misturando-se com matéria estelar.
Como apontam os autores, a enorme energia necessária para alimentar a GRB 221009A é consistente com o processo magneto-hidrodinâmico que extrai energia rotacional de um buraco negro de rotação rápida com cinco sóis.
30 de março, 00:57
Fonte: sputniknewsbrasil
){kind=link}
